Me alimento de vontades, de sonhos em desalinho
E me confirmo nas loucuras das insatisfações eternas,
Não posso ser eu por muito tempo, é muito,
Torno-me indesejável para mim mesma,me iludo
E me constranjo por tantas inconseqüências e desatinos,
Não conheço ninguém mais insatisfeito de tudo,
Pois cada momento vai se entrelaçando em mim,
E através de pensamentos vis, meus nós desatam
E ao desatarem vão me conturbando enfim.
Sentimento animal, perigoso, cheio de desejos,
Vontade de todas as coisas pueris que nunca me confortarão,
Sentimento de ter, ser, fazer, buscar, conseguir
E uma enorme insaciedade da vida, pura elucubração
Que parece escapar dos meus dedos d'alma.
Quando me separo de mim, me encontro,
Vem no encontro de mim a calma,
Me repasto longe de tudo que sou
Na solidão do meu vazio eterno
Muitos rostos, muitas vidas. |
se esgueira, se entorta, se esconde, se bate
Me deixando à beira do abismo cíclico.
Quantas sou, quantas posso ser para me matar?
Quantos pensamentos posso tecer? Conjecturar?
Quantas loucuras posso contornar e combater?
Não há dor pior que a dor de ser
Algo que não se pode ainda compreender.
IanLama
Bem gente, acho que esta poesia já diz tudo...é isto mesmo, sou bipolar, ou algo parecido. Muito embora nem todos os transtornos codificados para este comportamento "desabitual" possam me ataviar, vivo em eternos nuances cíclicos de alegria e ...desamparo. Machucam muito a alma e por vezes o físico que se ressente extenuado. Se precisar de um grande amigo ou de alguem criativo, procure um bipolar, é um bom endereço. Sua fase de hiperatividade o faz decolar até as nuvens e às às mais altas excitações da alma e/ou aos mais nobres sentimentos,aos mais belos poemas, pinturas, etc...mas tenha paciência quando seu amigo(a) um pouco "transtornado" quiser ficar sozinho, calado...é porque ele só precisa recarregar a bateria.
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